Existe uma realidade que merece ser exposta a respeito daqueles que constantemente se esforçam para se destacar: eles são inseguros. Indivíduos confiantes não dependem da aprovação externa incessante para valorizarem a si mesmos.
Se você conhece alguém que recorre frequentemente a artifícios para obter reconhecimento dos outros, não se engane, essa pessoa enfrenta um desafio sério relacionado à autoestima. Por trás do brilhantismo, da grandiosidade, da complexidade, da glória, do impacto, da opulência, e do extravagante, em resumo, da grandiosidade, está onde a insegurança narcisista se esconde.
O narcisista é viciado na busca da grandiosidade, como uma tentativa de compensar a ausência de amor próprio. Essa obsessão com a grandiosidade preenche o vazio que sente, mas age como se tentasse construir uma essência de fora para dentro, sem sucesso.
Esse processo é extremamente desgastante e resulta apenas em frustração e insatisfação. Ao contrário do que o narcisista acredita, o perfeccionismo não é um dom, mas sim um sinal de deficiência na personalidade, sendo um dos indicativos mais claros de baixa autoestima. Aqueles que estão constantemente buscando algo "extra" para se destacar estão motivados principalmente pelo medo da rejeição.
O narcisista é incapaz de amar a si mesmo e aceitar suas próprias vulnerabilidades, e, por isso, utiliza a busca pela perfeição para compensar a falta de autoestima.
O narcisista almeja atingir padrões de excelência que não se alinham com uma abordagem natural e positiva, feita de maneira tranquila, centrada e visando a autorrealização.
Em contraste com indivíduos com autoestima saudável, o narcisista enxerga o sucesso de forma neurótica, como a única medida de valor humano, e precisa de reconhecimento de excelência para se sentir completo, mesmo que temporariamente.
O narcisista se encanta com tudo que é raro, bonito, valioso e sofisticado. Tudo o que faz é moldado por padrões de qualidade de elite. Essa estratégia comportamental tem o propósito de comunicar uma habilidade "inata" para concretizar a perfeição.
Somente o narcisista detém a habilidade de transformar o ordinário em extraordinário, exibindo uma destreza aparentemente ilimitada. É impossível superar o conhecimento de um narcisista, pois ele é imbatível em todas as suas empreitadas e mantém critérios de excelência extremamente elevados.
O que fazer quando alguém é assim?
Quando você se propõe a realizar algo para um narcisista, precisa fazê-lo de maneira excepcional. Não, não é suficiente ser excelente; é preciso ser impecável. Para eles, "muito bom" não é o bastante para atingir o topo; "bom" é considerado medíocre. A mediocridade é vista como uma enfermidade, um vírus que prospera na fragilidade humana.
O narcisista está permanentemente em um estado de competição, sempre determinado a ser o melhor, o mais criativo ou o mais interessante, não importa a tarefa. Desde o prato mais simples da culinária global, o dele é sempre especial.
O narcisista vive reimaginando o mundo, como se fosse um mestre do ouro, transformando tudo que toca em algo precioso. Qualquer pessoa, evento ou objeto que seja percebido pelo narcisista é avaliado de maneira exagerada.
A vida do narcisista é um grande drama, e sua conversa é permeada por adjetivos superlativos e advérbios intensificadores. Quando lê um livro, é sempre o mais emocionante que já encontrou. Quando alguém discorda de suas vontades, essa pessoa é considerada extremamente desagradável. Ao adquirir roupas, sempre escolhe as mais confortáveis disponíveis no mercado.
Quando vivencia eventos marcantes, eles se tornam experiências inéditas no catálogo da humanidade. Mesmo que você e o resto do mundo tenham visitado Paris dezenas de vezes, quando o narcisista vai (depois de você), a viagem se transforma em uma experiência incrível. A Torre Eiffel parece mais imponente, a fila para subir fica incrivelmente mais longa, e as lojas se tornam extraordinariamente mais caras.
As exposições permanentes do Louvre adquirem uma riqueza quase mágica, como se a mera presença do narcisista conferisse uma aura única a todas as obras e pinturas de arte. A presença do narcisista parece regenerar e iluminar, como se fosse uma combinação de sol e água dando vida a tudo ao seu redor. O narcisista adora ouvir o som de sua própria voz, especialmente quando discorre sobre seus ideais de perfeição e domínio absoluto:
"A elegância é extraordinária."
"Nada é impecável se não for sofisticado."
"Quem possui sofisticação é verdadeiramente elegante."
"Ter recursos é sinônimo de elegância."
"A riqueza é o alicerce da elegância."
"A sofisticação é um indicativo de classe."
"Quem é sofisticado é belo, graças à riqueza."
"Para ser considerado de classe, basta ser sofisticado."
"Quem possui beleza também possui classe."
"A pessoa sofisticada e elegante é naturalmente bela."
"A sofisticação e a beleza são marcas da classe."
"O dinheiro transforma a beleza em sofisticação."
É importante notar que o narcisista, envolvido em sua busca incessante pela grandiosidade, muitas vezes deixa de apreciar o verdadeiro valor da simplicidade e da autenticidade. O desafio para ele é encontrar a beleza na imperfeição, a classe na simplicidade e a elegância no coração genuíno das pessoas, para verdadeiramente se enriquecer em sua jornada interior.
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