O que é a Ansiedade?
Ansiedade pode ser considerada como uma emoção de alarme que se encontra associada a sensações de angústia, tensão e insegurança que, quando são frequentes e/ou intensas e incontroláveis, causando mal estar significativo, conduzem a patologia (doença). A pessoa que sofre de ansiedade sente-se angustiada, ameaçada, bloqueada e pode inclusivamente dizer ter “maus pressentimentos”, mesmo sem, muitas vezes, conseguir identificar o motivo que está a causar esse mal estar.
A ansiedade pode provocar vários sintomas físicos como arritmia / taquicardia (alteração no ritmo cardíaco ou do coração), vertigens ou tonturas, boca seca, dificuldade respiratória (falta de ar), entre outros. Para além destes sintomas físicos, a ansiedade pode provocar várias alterações psíquicas, como reações cognitivas (preocupação excessiva, dificuldades de concentração...), comportamentais (tremores, paralisação...) e sociais (dificuldades em falar em público, evitamento de eventos sociais...) que podem afetar a qualidade de vida dos indivíduos. Veja mais informação em sintomas da ansiedade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ansiedade corresponde a um dos principais problemas de saúde mental a nível mundial. Praticamente todos nós já experienciámos ou iremos experienciar ansiedade. Trata-se de uma problemática comum, mas à qual devemos atribuir especial atenção.
Sinais e sintomas da ansiedade
A ansiedade pode surgir sob a forma de diversos sinais e sintomas que se podem dividir em quatro componentes:
Reações físicas: taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), hipertensão (tensão alta), contração gástrica (sensação de nó no estômago), dificuldades respiratórias (falta de ar), boca seca, sudorese (transpiração excessiva), náuseas ou vómitos, diarreia, dor de cabeça, acufenos (zumbidos nos ouvidos) vertigens ou tonturas, dores nas costas, sensação de aumento de temperatura (hipertermia ou “febre emocional”), bexiga hiperativa (distúrbio neuromuscular que provoca, várias vezes ao dia, uma vontade, instantânea e incontrolável, em urinar), psoríase (doença crónica de pele que pode provocar, por exemplo, manchas na pele), alopécia (queda de cabelo ou até as conhecidas “peladas”), perda ou aumento de apetite, perda ou aumento de peso, alterações no ciclo menstrual, unhas quebradiças, etc;
Reações comportamentais: tremores, bloqueio ou paralisação, estado de alerta, irritabilidade, tensão nos maxilares, alterações do tom de voz, hiperatividade motora (ex: caminhar de um lado para o outro), roer as unhas...;
Reações cognitivas (alterações no modo como processa a informação): preocupação excessiva/obsessiva, pensamentos intrusivos negativos, dificuldades de atenção e concentração, insónias (perturbações de sono, como dificuldades em adormecer ou acordar várias vezes durante a noite), alterações de memória, vontade de chorar; maior foco no negativo do que no positivo (pessimismo generalizado)...;
Reações sociais: dificuldades em iniciar ou manter uma conversa, dificuldade em dizer “não” ou em demonstrar desacordo/desagrado, preocupação excessiva com a opinião de terceiros, evitamento ou tentativa de passar constantemente despercebido/a...
Quanto mais sintomas a pessoa apresentar, e quanto mais frequentes e intensos forem, mais severa se torna a problemática, podendo gerar complicações graves, tanto a nível físico como psíquico. Veja mais informação em Severidade da Ansiedade e Complicações da Ansiedade.
Quais são as causas da ansiedade?
Como já foi anteriormente mencionado, a ansiedade pode surgir por diversos fatores e nem sempre a pessoa consegue identificar o motivo que origina a angústia ou insegurança que sente. Este mal estar pode ser provocado por estímulos endógenos (internos) ou exógenos (externos).
Os fatores endógenos estão associados a questões biológicas, à própria herança genética (hereditária) do indivíduo ou a alterações do organismo (ex: alterações hormonais ou desenvolvimento de doenças).
Por outro lado, os fatores exógenos encontram-se ligados aos eventos que vão ocorrendo ao longo da vida e que podem ser de ordem pessoal (ex: dúvidas sobre religião, orientação sexual, estilo de vida...), familiar (ex: conflitos, morte...), relacional (ex: divórcio, recasamento...), profissional (ex: possibilidade de desemprego ou de promoção) e social (ex: alterações no estatuto socioeconómico).
O que consumimos (comemos, bebemos) pode, também, influenciar episódios ou perturbações de ansiedade, particularmente no caso de substâncias que alteram a consciência, como o caso de consumo de bebidas alcoólicas ou outro tipo de drogas.
É importante destacar que raramente existe um único fator responsável pela ansiedade. São, geralmente, vários os estímulos que se vão interligando e vão criando um quadro clínico propício às reações ansiosas.
Tratamento da ansiedade
Como vimos até ao momento, a ansiedade pode manifestar-se de diversas formas e a sua etiologia (origem) pode ser variada. Por isso mesmo, não existe um único caminho para controlar a ansiedade, mas sim vários que devem ser avaliados mediante as características evidenciadas em cada caso.
Por vezes, alterações nos hábitos do dia a dia permitem-nos lidar melhor com a ansiedade e podem minimizar ou conduzir ao desaparecimento do problema. Em outros casos, o combate à ansiedade passa por uma intervenção mais especializada.
A psicoterapia ou acompanhamento psicológico pode ajudar numa melhor compreensão do problema e na forma como este é encarado, promovendo ainda a aquisição e o treino de estratégias para minimizar os sintomas que a pessoa apresenta.
Estratégias para prevenir / lidar com a ansiedade
Existem alguns comportamentos e atitudes simples que podem ser colocados em prática no sentido de prevenir ou de lidar com a ansiedade.
Deixamos-lhe as seguintes dicas que pode fazer no seu dia a dia:
Dedique tempo a atividades que lhe proporcionem prazer (ex: ler um livro, desenhar/pintar, ouvir música relaxante, ...);
Foque-se no que o seu dia teve de positivo;
Desfrute de momentos de descanso ao longo do dia e de um sono suficientemente reparador;
Crie um momento diário de reflexão e relaxamento, onde, num local em que se sinta confortável, possa escutar música, de olhos fechados, enquanto se foca na sua respiração, por exemplo.
A meditação e o mindfulness (“atenção plena” – técnica associada a meditação, onde existe o foco no momento presente, no “aqui e agora”, que tenta promover uma vida mais pacífica e satisfatória) têm vindo a ser cada vez mais validados como possíveis estratégias complementares no tratamento da ansiedade e na prevenção de sintomas ansiosas;
Adote, dentro do possível, um estilo de vida não sedentário, com exercícios físicos adequados às suas caraterísticas pessoais. Alguns exercícios não tradicionais têm vindo a ser cada vez mais utilizados para prevenir ou ajudar a combater a ansiedade, como a prática de: Yoga – treino das posturas do corpo, do controlo da respiração e da meditação; Pilates – foca-se na estabilidade, no equilíbrio, promovendo a força muscular, a melhoria das posturas corporais e o controlo da respiração. Ressalva-se, contudo, que tanto a prática de yoga como a de pilates não devem ser encaradas como uma estratégia isolada, mas sim como complementos ao tratamento, nos casos patológicos.
Prefira alimentos ricos em ómega 3 (como salmão, atum, frutos secos...), alimentos que contenham vitaminas do complexo b (como arroz e pão integral, aveia, espinafres...) e que promovam sensações de calma, como chá de extrato de camomila; Por outro lado, evite, substâncias como a cafeína (café, chá preto...), alimentos ou bebidas ricos em açúcar ou bebidas alcoólicas;
Não esconda ou ignore o que está a sentir. Peça ajuda, invista em si.
Está se sentindo Ansioso, eu posso te ajudar!
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