O narcisista possui uma notável capacidade de observação.
Quando seleciona uma vítima, ele atentamente registra tudo o que essa pessoa anseia, sonha e precisa. Rápida e habilmente, ele então molda um personagem baseado nas expectativas da vítima, um ser "perfeito".
A vítima se conecta com essa representação prontamente, formando uma conexão, porém, esta é uma conexão FALSA. Ela acontece porque a vítima enxerga uma projeção de si mesma e, consequentemente, a identificação é fácil, como se estivesse olhando para um espelho que reflete seus próprios movimentos.
Essa fase de espelhamento ocorre rapidamente, seguida pelo "love bombing," em que a vítima se torna completamente viciada e dependente da figura do abusador.
Este estágio é executado com pressa, pois o narcisista precisa iniciar os jogos emocionais para desestabilizar a vítima. Porém, essa etapa não proporciona prazer ao narcisista, pois serve ao propósito de iniciar o processo destrutivo.
Quando o narcisista decide descartar a vítima, após tê-la tornado completamente dependente, ele inverte os papéis, projetando na vítima todos os aspectos indesejáveis que residem nele. Ele acusa a vítima de agressão, mentiras e outras características, revelando sua verdadeira natureza.
Quando o relacionamento termina e o narcisista parte, a vítima se encontra sem identidade, desprovida de sua singularidade, transformada em uma extensão do abusador.
A dor que se segue ao descarte é diferente de qualquer outra dor após um término de relacionamento comum, pois é a dor da perda da própria identidade.
É essencial lembrar que a psicopatia é um padrão de vida que se manifesta desde a infância, com sinais de crueldade, como maltratar animais e intimidar colegas na escola.
O principal traço de um psicopata é a ausência de sentimentos genuínos, não sentindo remorso ou culpa.
Lidar com o término de um relacionamento com um narcisista pode ser avassalador, uma vez que a vítima perde a referência de si mesma, tornando-se completamente perdida.
A dor é comparável à de uma morte, mas é a morte da própria identidade.
Após o término, a vítima é frequentemente atormentada por gatilhos emocionais que reavivam lembranças do narcisista. Portanto, a regra mais importante é manter o "contato zero," não apenas para se proteger da figura do abusador, mas para evitar que a vítima busque ativamente o abusador.
Muitas vítimas, após algum tempo, começam a fantasiar e a idealizar o relacionamento passado. É fundamental não fornecer nenhum estímulo para que essas fantasias persistam. A vítima precisa de novos pensamentos e memórias para se reprogramar mentalmente e desenvolver novos hábitos.
No começo, pode ser um desafio, semelhante a ir a uma academia mental, onde o esforço é necessário para combater os pensamentos antigos.
É crucial evitar estímulos que possam desencadear pensamentos dolorosos e acolher novas ideias como parte de uma reprogramação mental. A prática constante e a criação de novos hábitos são fundamentais para a recuperação.
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