Nos dias atuais, nossa cultura é moldada por três pilares: o individualismo, o relativismo e o instrumentalismo.
O individualismo prega que para obter sucesso, basta ser o primeiro, e para alcançar esse objetivo, vale qualquer ação, independentemente de sua ética.
O relativismo, por sua vez, afirma que tudo é relativo; embora algo possa ser considerado anormal ou antiético, se beneficia alguém, é justificável.
O instrumentalismo defende a ideia de usar pessoas ou coisas para atingir objetivos pessoais.
Esses princípios filosóficos modernos têm levado a um aumento alarmante de egoísmo, egocentrismo e um caráter questionável em muitos indivíduos, especialmente a geração mais jovem, que é influenciada por redes sociais.
Essa filosofia permite que pessoas façam quase qualquer coisa para se destacar, muitas vezes rompendo com valores tradicionais. Um exemplo preocupante é a romantização de situações como estupro, onde agressores são defendidos sob premissas questionáveis, como o sentimento de paixão.
Essa cultura tem gerado resultados prejudiciais. Se não mudarmos nossas perspectivas e valores para buscar a sabedoria e virtude dos filósofos antigos, estaremos caminhando para nossa própria destruição. Precisamos deter o declínio do conhecimento e retornar a um estado de maior sabedoria, ou corremos o risco de nos tornarmos "homo burros" em vez de "homo sapiens".
Os influenciadores de hoje, em grande parte, se preocupam mais em promover produtos do que em compartilhar conhecimento ou valores significativos. Eles estão centrados em ganhar dinheiro e adquirir bens pessoais, em vez de criar conteúdo de qualidade ou transmitir mensagens significativas. Em relação à política internacional, a Guerra da Ucrânia ilustra o relativismo, onde algumas pessoas justificam ações indefensáveis do presidente russo Vladimir Putin.
No entanto, uma guerra não pode ser justificada, independentemente das razões subjacentes.
Essa filosofia atual se resume a: "Se isso te faz feliz, então faça, não há problema", mesmo que cause prejuízo a outros. Estamos normalizando transtornos de personalidade, em particular o narcisismo, justificando o injustificável.
Simplificar transtornos de personalidade como o narcisismo é prejudicial, pois envolvem comportamentos abusivos que são comuns em outras psicopatologias.
Comportamentos abusivos são amplos e não podem ser reduzidos apenas ao narcisismo.
Devemos focar em compreender o que é abuso emocional, comportamentos abusivos e emoções instáveis em vez de rotular em excesso psicopatologias. A naturalização de transtornos de personalidade, que causam devastação nas vidas das pessoas ao redor dos portadores, é inaceitável.
Apenas aqueles que conviveram com um narcisista podem compreender plenamente o ciclo de abuso e a intensa dor infligida às vítimas. É fundamental resistir à naturalização dessas psicopatologias e buscar compreender o comportamento abusivo em todas as suas formas.
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