top of page
Foto do escritorPsicólogo Flávio Torrecillas

Porque algumas pessoas são atraídas por narcisistas ?

O(a) narcisista é expert em atrair pessoas com um determinado perfil, aquele perfil mais empático, isto é, as vítimas.

A vítima normalmente é uma pessoa com elevado nível de empatia, generosidade, muitas vezes a vítima também apresenta dependência emocional, a coodependência também surge neste cenário e o narcopata consegue detectar esse perfil muito rapidamente, ele se aproxima e exibe sua "grandiosidade".

A vítima vê no narciso aquilo que lhe falta, parece o encaixe perfeito, neste momento o narcisista em questão dá início a idealização, começa a acessar "fantasias narcísicas" onde ele acredita que essa vítima irá lhe suprir como ele acredita que merece.

A partir desse ponto ele(a) começa aquilo que chamamos de love bombing, eis aí a primeira fase do ciclo abusivo, o chamado "bombardeio de amor".

O passo inicial é o espelhamento, o mimetismo narcísisco, onde o(a) narcopata faz um pareamento com a vítima, ele soa familiar, faz tudo pra se parecer com a vítima, isso tudo tem o objetivo de gerar conexão emocional, ele se mostra atento e interessado(a) na vítima que rapidamente começa a se ligar ao narcisista patológico.

Nessa fase, o(a) narcisista costuma muitas vezes dar presentes e outro tipos de mimos e "suprimentos" para a vítima, essa por sua vez começa a criar sentimentos de gratidão, de proximidade e afeição.

Ele(a) exagera para faze-la(o) crer que é sua grande oportunidade no amor, apesar de ficar espantada com a velocidade e intensidade dessa aproximação a vítima acredita estar mesmo vivendo algo diferente de tudo que já viveu e daí a vítima aprende a olhar para o narciso como alguém único e especial, o(a) narcisista começa a dar aquilo que chamamos de reforço positivo intermitente, ele(a) começa a ter comportamentos dúbios, ora ele(a) parece amar e se importar e ora parece mais distante, desinteressado, desapegado, alguns coaches chamam isso de morde a sopra, esquenta-esfria, aproxima e afasta, atrai e repele e por aí vai…..

É uma estratégia muito usada por cassinos para fazer as pessoas se viciarem, o(a) narcisista faz o mesmo, a chamada montanha-russa, a vítima começa a vivenciar diferentes afetos e passa a pensar com uma frequência cada vez maior, ele(a) as vezes dá o que a vítima quer e as vezes não dá, as vezes parece bem e as vezes parece estar indiferente, as vezes se aproxima e logo em seguida se afasta sem qualquer explicação (ghosting) isso gera esse efeito surpresa e também o mistério, dois elementos altamente viciantes e inclusive isso já foi demonstrado em pesquisas científicas sérias, empresa usam isso e o marketing também.

uma combinação de componentes que se somam a fatores culturais e genéticos, nessa fase são liberados os hormônios sexuais: testosterona e estrogênio e já existe a sensação de "recompensa", com a liberação da dopamina, que está relacionada ao bem-estar. e na medida que a vítima começa a passar mais tempo com o narcisista mais ela terá essa satisfação, o ânimo dela fica "para cima", os dias ficam mais bonitos, ela(e) ouve música com mais sentimentos. Há o que a gente chama de pensamentos intrusivos em ela(e) pode pensar nele(a) o dia inteiro e também perde o apetite, às vezes, perde o sono." A falta de apetite e a insônia estão diretamente relacionadas à produção de outro hormônio, a neuroepinefrina, que nos deixa mais eufóricos e dispostos.

"Essa fase pode durar meses, mas ela é muito baseada na idealização que a vítima também faz do(a) narcisista, na medida que ele(a) entra em contato, ela(e) tende a desfazer-se e tende a iniciar um apego.

A terceira fase, que diz respeito à ligação, ao envolvimento mais prolongado e ao relacionamento propriamente dito tem a liberação de ocitocina e vasopressina mais presentes.

A ocitocina, também chamada de hormônio do amor, é liberada com abraços, beijos e relações sexuais que comumente ocorrem neste momento.

Quando a vítima e o(a) narcisista estão perto, o corpo desta produz mais ocitocina, diminuindo os níveis de cortisol, que causa o estresse.

Ou seja, o simples fato de estarem próximos já reduz o nível de estresse de ambos.

Além disso, a ocitocina é responsável por gerar uma sensação de segurança e à sensação de apego que as vítimas sempre relatam quando eu exploro essa fase com elas durantes as sessões de psicoterapia.


Outras questões também surgem.

A vasopressina é outro hormônio que se destaca nesse processo.

No entanto, essa substância está mais ligada ao comportamento que produz relacionamentos monogâmicos de longo prazo, em geral se manifesta mais na vítima já que o narcisista frequentemente possui outras vítimas ao mesmo tempo, eles raramente possuem uma única vítima.


Segundo especialistas do Instituto de Neurociência da Universidade de Harvard, a diferença entre a ocitocina e a vasopressina está associada ao fato de que essa paixão tende a diminuir à medida que o apego cresce, já num outro estudo coordenado por Helen Fischer, realizado em 2005, analisou imagens de ressonância magnética do cérebro de 17 pessoas que se identificavam como apaixonadas, é precisamente o que ocorre nas vítimas, o simples fato de olhar uma foto do narcisista já ativa duas áreas do cérebro associadas com a dopamina: o núcleo caudado e a área tegmental ventral.

Apesar disso, excesso de ocitocina e dopamina que ocorre nesse tipo de relação explica porque é tão comum alguns comportamentos nocivos de ciúmes, adultérios as vezes também por parte da vítima, comportamentos irracionais e abuso de drogas principalmente pelo narcopata.

Os médicos psiquiatras Richard Schartz e Jacquelina Olds, professores da Escola de Medicina de Harvard, avaliam em um artigo que há mudanças inevitáveis ao longo do tempo.

Devido a esse amor apaixonado que a vítima desenvolve e que dá espaço a um amor mais profundo, mas não tão eufórico como o experimentado durante os primeiros estágios do romance.

Em 2011, Helen Fischer participou de um estudo na Universidade de Stony Brook, em Nova York, que descobriu que é possível ficar loucamente apaixonado por alguém mesmo depois de décadas de casamento e esse fato também é presente e dificulta a execução do contato zero.

Inclusive quando são feitos exames de ressonância magnética, muitas vezes as áreas no cérebro ricas em dopamina estão na mesma intensidade comparando as vítimas que caíram na teia narcísica a menos tempo.

A conclusão que podemos chegar é que a emoção do romance pode permanecer enquanto a apreensão do relacionamento é deixada de lado e que a vítima sempre vai reascender o "fogo da paixão" quando aumentar os níveis de ocitocina por meio da atividade sexual, é o que avaliam os pesquisadores.

Em certas situações de envolvimento com narcisistas, além dos aspectos fisiológicos, o sociólogo canadense John Allan Lee desenvolveu uma teoria chamada de "As cores do amor", que classifica o sentimento de acordo com algumas características específicas.

Entre os padrões estão o Eros (vermelho), sujeito à paixão avassaladora, o Ludus (azul), marcado pelo prazer a curto prazo, e o Stroge (amarelo), que busca afeição e companheirismo e precisa da amizade antes de firmar um relacionamento. Além desses, há outros três subtipos de "amor" doentio desenvolvido nas vítimas.

durante todo esse contato, o(a) narcisista vai condicionando a vítima a estar num lugar de inferioridade, ele afirma sua dominação, seu poder e sua superioridade enquanto inicia um processo de destruição da auto-estima da vítima, seu jogo de rivalidade e de competição começa também a entrar em cena, esse artigo foi escrito com foco naquilo que ocorre comumente no estágio inicial, o love bombing.


20 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


bottom of page